VAMOS À LUTA! VAMOS À GREVE! VAMOS À VITÓRIA!
Às vezes, em certos momentos da luta, cheguei a titubear em
relação à paralisação da greve. No entanto, depois de verificar as atitudes
deste governo fascista e ditador a única conclusão a que posso chegar é que
devo permanecer na luta. Não na luta por percentuais ou na luta pra saber quem
é mais forte, mas na luta para preservar o que de mais importante nós temos,
como seres humanos, como cabeças pensantes: nossa dignidade. Dignidade pela
profissão, dignidade por não nos vendermos aos interesses escusos de um governo
de “reis”. Dignidade para que eu possa olhar para minha família e dizer: - eu
lutei, combati o bom combate e estou de cabeça erguida, de consciência limpa e
pronto a exemplificar, aos meus alunos, na prática, como fazer para reivindicar
os seus direitos.
A greve, desde seu início, tem sido uma luta de Davi contra
Golias. Nós – os professores – lutando contra uma imensa estrutura governamental
que deveria estar sendo utilizada em favor da população, mas que serve aos
caprichos de um governador birrento que se nega a ver e valorizar uma categoria
que tem um papel fundamental na construção e na transformação da sociedade.
Mais que isso, se nega a cumprir uma lei federal por achar que está acima de
tudo e de todos. Porém, como diziam nossos pais e avós, o tempo é remédio para
tudo. E, nesse tempo, nós o ensinaremos como se comportar em sociedade, como
valorizar a educação e como respeitar as leis de nosso país. Exemplos disso já
foram mostrados quando, por força judicial, retiramos do ar uma propaganda de
conteúdo mentiroso e nocivo aos profissionais da educação. Quando, novamente,
por força judicial esse governo teve seu pedido de liminar para suspensão da
greve negada. Estes são apenas dois de muitos que virão.
Porém, minha maior revolta é ter “colegas” que se classificam
como “lutadores sociais”, mas que, agora, quando o combate está para ser
vencido, entregam os pontos. Que lutadores sociais são esses que abandonam sua
categoria no momento mais crucial do movimento? Que lutadores sociais são esses
que expõem sua categoria ao risco da derrota? Que lutadores sociais são esses
que lutam contra sua própria categoria? Eu até poderia admitir que colegas
menos esclarecidos tomassem esse tipo de atitude, mas vindo de colegas com o
nível de esclarecimento que esses ditos “lutadores sociais” tem, isso é inadmissível.
Essas atitudes são esperadas dos professores de conveniência, daqueles que, momentaneamente,
ocupam a função de defensores do governador atentando em desfavor de sua
própria categoria. Esquecem eles, que quatro anos de mandato passam e, daqui a
pouco, eles estarão conosco no movimento lutando contra este ou outro governador.
Aí sim, quero ver a cara de pau dessas pessoas.
Para finalizar quero ressaltar que a nossa luta é justa.
Lutamos pela implantação de uma lei federal – a Lei do Piso – que especifica o
salário mínimo do professor. Cedemos onde podíamos ceder mostrando que não
somos os intransigentes da história. Por tudo isso, é que afirmo que este movimento – desde seu início –
já é um movimento vencedor e vitorioso. Vitorioso por colocar na rua um
movimento “dos vinte”. Vitorioso pelas ações ganhas na justiça. Vitorioso por
lutar, até, contra alguns membros da diretoria do sindicato que não queriam o
movimento na praça. Vitorioso por chegar ao 36º dia debaixo de sol, debaixo de
chuva, matando carapanã em frente às secretarias do governo. Vitorioso por
saber que podemos continuar por mais algum tempo lutando e que, embora isso não
dependa inteiramente de nós, faremos todo o possível para dar continuidade a
este movimento grevista até a vitória definitiva. E é com esse espírito de
vitória que vamos à nossa Assembléia Geral, para mais uma batalha desta guerra
que não termina aqui, mas continua indefinidamente enquanto houver vida. Então
VAMOS À LUTA! VAMOS À GREVE! VAMOS À VITÓRIA!
Professor: tenho exatos 20 anos de governo do Estado e, em todo esse longo periodo, nunca assisti um governo tao "despreparado", "intransigente" e "incompetente", no trato das negociaçoes salarias com o sinsepeap. o desrespeito atingiu um limite tao deprimente que, chegou ao absurdo, de se "elaborar" um "lista emprenhada" de pseudos sindicalizados, para forçar uma assembleia. Sem apresentar nada de novo ou vantajoso aos professores, além desses míseros 16,56%, realmente, acredito nao haver mais outra alternativa, senão a manutenção da greve, porém, defendo , que a partir de agora, defendamos nao os vinte por cento, mas a imediata implementação do piso e, só após, sua efetivação retornemos à sala de aula. Nosso atual secretário de educação, que se apresenta como pedagogo, é um grande demagogo: em sala de aula prega a "consciencia" a "praxis", mas na gestao , contradiz o que dizia Paulo Freire, e fica ao lado do opressor.
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