sexta-feira, 25 de maio de 2012


VAMOS À LUTA! VAMOS À GREVE! VAMOS À VITÓRIA!
Às vezes, em certos momentos da luta, cheguei a titubear em relação à paralisação da greve. No entanto, depois de verificar as atitudes deste governo fascista e ditador a única conclusão a que posso chegar é que devo permanecer na luta. Não na luta por percentuais ou na luta pra saber quem é mais forte, mas na luta para preservar o que de mais importante nós temos, como seres humanos, como cabeças pensantes: nossa dignidade. Dignidade pela profissão, dignidade por não nos vendermos aos interesses escusos de um governo de “reis”. Dignidade para que eu possa olhar para minha família e dizer: - eu lutei, combati o bom combate e estou de cabeça erguida, de consciência limpa e pronto a exemplificar, aos meus alunos, na prática, como fazer para reivindicar os seus direitos.
A greve, desde seu início, tem sido uma luta de Davi contra Golias. Nós – os professores – lutando contra uma imensa estrutura governamental que deveria estar sendo utilizada em favor da população, mas que serve aos caprichos de um governador birrento que se nega a ver e valorizar uma categoria que tem um papel fundamental na construção e na transformação da sociedade. Mais que isso, se nega a cumprir uma lei federal por achar que está acima de tudo e de todos. Porém, como diziam nossos pais e avós, o tempo é remédio para tudo. E, nesse tempo, nós o ensinaremos como se comportar em sociedade, como valorizar a educação e como respeitar as leis de nosso país. Exemplos disso já foram mostrados quando, por força judicial, retiramos do ar uma propaganda de conteúdo mentiroso e nocivo aos profissionais da educação. Quando, novamente, por força judicial esse governo teve seu pedido de liminar para suspensão da greve negada. Estes são apenas dois de muitos que virão.
Porém, minha maior revolta é ter “colegas” que se classificam como “lutadores sociais”, mas que, agora, quando o combate está para ser vencido, entregam os pontos. Que lutadores sociais são esses que abandonam sua categoria no momento mais crucial do movimento? Que lutadores sociais são esses que expõem sua categoria ao risco da derrota? Que lutadores sociais são esses que lutam contra sua própria categoria? Eu até poderia admitir que colegas menos esclarecidos tomassem esse tipo de atitude, mas vindo de colegas com o nível de esclarecimento que esses ditos “lutadores sociais” tem, isso é inadmissível. Essas atitudes são esperadas dos professores de conveniência, daqueles que, momentaneamente, ocupam a função de defensores do governador atentando em desfavor de sua própria categoria. Esquecem eles, que quatro anos de mandato passam e, daqui a pouco, eles estarão conosco no movimento lutando contra este ou outro governador. Aí sim, quero ver a cara de pau dessas pessoas.
Para finalizar quero ressaltar que a nossa luta é justa. Lutamos pela implantação de uma lei federal – a Lei do Piso – que especifica o salário mínimo do professor. Cedemos onde podíamos ceder mostrando que não somos os intransigentes da história. Por tudo isso, é que  afirmo que este movimento – desde seu início – já é um movimento vencedor e vitorioso. Vitorioso por colocar na rua um movimento “dos vinte”. Vitorioso pelas ações ganhas na justiça. Vitorioso por lutar, até, contra alguns membros da diretoria do sindicato que não queriam o movimento na praça. Vitorioso por chegar ao 36º dia debaixo de sol, debaixo de chuva, matando carapanã em frente às secretarias do governo. Vitorioso por saber que podemos continuar por mais algum tempo lutando e que, embora isso não dependa inteiramente de nós, faremos todo o possível para dar continuidade a este movimento grevista até a vitória definitiva. E é com esse espírito de vitória que vamos à nossa Assembléia Geral, para mais uma batalha desta guerra que não termina aqui, mas continua indefinidamente enquanto houver vida. Então VAMOS À LUTA! VAMOS À GREVE! VAMOS À VITÓRIA!

Um comentário:

  1. Professor: tenho exatos 20 anos de governo do Estado e, em todo esse longo periodo, nunca assisti um governo tao "despreparado", "intransigente" e "incompetente", no trato das negociaçoes salarias com o sinsepeap. o desrespeito atingiu um limite tao deprimente que, chegou ao absurdo, de se "elaborar" um "lista emprenhada" de pseudos sindicalizados, para forçar uma assembleia. Sem apresentar nada de novo ou vantajoso aos professores, além desses míseros 16,56%, realmente, acredito nao haver mais outra alternativa, senão a manutenção da greve, porém, defendo , que a partir de agora, defendamos nao os vinte por cento, mas a imediata implementação do piso e, só após, sua efetivação retornemos à sala de aula. Nosso atual secretário de educação, que se apresenta como pedagogo, é um grande demagogo: em sala de aula prega a "consciencia" a "praxis", mas na gestao , contradiz o que dizia Paulo Freire, e fica ao lado do opressor.

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